Embaixada dos Mestres

Comum nas tradições coletivas, as Embaixadas celebram os legados, a transmissão de conhecimento e reafirmam o sentimento de pertencimento das gerações. Na Embaixada dos Mestres da Noite dos Tambores, faremos uma reverência à nossa ancestralidade e memória coletiva. Cada grupo convidado trará consigo um mestre ou mestra de sua manifestação de tambor, agregando valor e autenticidade a essa homenagem. Uma jornada que fará pulsar os tambores, ecoando a riqueza de nossas tradições, respeitando e enaltecendo aqueles que preservam e perpetuam nossa cultura.

Sapopemba
José Silva dos Santos é natural de Penedo, Alagoas, tendo migrado com a família para São Paulo aos 14 anos. Tornou-se Sapopemba. É percussionista, cantor, caminhoneiro e motorista, o que o permitiu conhecer o Brasil de norte a sul. Na infância fez parte de folguedos em Alagoas e passou a vida pesquisando a cultura popular afrobrasileira, tendo um profundo conhecimento de tradições do coco beradeiro, cantigas de Candomblé e samba de roda. Fez parte do grupo Abaçaí, com o qual gravou o CD “Agô”. Participou da trilha do espetáculo Milágrimas, de Ivaldo Bertazzo. Gravou o CD “Guga Stroeter e HB convidam Sapopemba” e Agô – Cantos Sagrados de Brasil e Cuba. Seu primeiro CD solo, Gbọ́, acabou de ser lançado pelo Selo Sesc. Sapopemba já passou pelos palcos da Alemanha, Cuba, Coréia, Espanha e França. Faz parte do grupo Clareira, com Benjamin Taubkin, Mazeh Silva e outros.

Spirito Santo
Pesquisador, escritor e músico. Criou o grupo musical e de pesquisa em etnomusicologia Vissungo. Lecionou na Uerj e no SESC com o projeto de organologia Musikfabrik.

Criou com o Vissungo, a trilha do filmes “Chico Rey” de Walter L. Júnior e Natal da Portela, de Paulo Cesar Sarraceni, entre outros, integrou a equipe de cultura na educação com Darcy Ribeiro e Cecília Conde. Autor do ensaio Do Samba ao Funk do Jorjão.

Vitor da Trindade
Herdeiro Cultural da Família Solano Trindade, artista desde a adolescência, iniciou aos 12 anos como músico e dançarino do Teatro Popular Brasileiro, em Embu das Artes, sob a direção de seu avô Solano. Vitor da Trindade é filho da folclorista e pintora Raquel Trindade e já se apresentou como professor, músico e artista em quatro continentes. Doutorando em musicologia em cadeira Unesco pela Universidade Franz Liszt (Alemanha), Mestre em Etnomusicologia pela ECA-USP, é graduado em Música Popular pela Faculdade Instituto Tecnológico de Osasco (FITO), e está presidente desde 2018 do Teatro Popular Solano Trindade em Embu das Artes. Tem sete discos gravados, é autor dos livros Oganilu, O Caminho do Alabê (Independente, 2019, São Paulo), A Vela Branca de Oxalá (Editora Embusca das Artes, São Paulo, 2022) e O Ogan Alabe, Sacerdote e Músico (Editora Hortelã, São Paulo, 2023). Recebeu os prêmios Cidadão Embuense e a medalha Zumbi dos Palmares, da Secretaria de Cultura de Taboão da Serra.

Carlos Caçapava
É um educador e músico experiente com mais de 40 anos de atuação na música e cultura popular brasileira. Sua formação inclui cursos de percussão, piano complementar e licenciatura em Sociologia. Como diretor, produtor cultural e percussionista, ele liderou projetos como o Ciclo de Danças Tradicionais Paulistas e ministrou aulas em diversas instituições, além de dirigir grupos musicais. Seu trabalho envolve desde aulas para crianças até oficinas em diferentes locais, incluindo eventos internacionais. Tem participações em gravações musicais e recebeu reconhecimento através de prêmios e editais, demonstrando sua ampla contribuição para a arte, educação e preservação da cultura brasileira.

Salloma Salomão
Músico e professor, pesquisador das Cultura Negras, Afrodiaspóricas e História da África. É doutor em História pela PUC-SP, com estágio no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa. Suas produções mais recentes tratam de Dramaturgias e teatros Negros no Brasil em parcerias com os grupos Coletivo Negro e a Cia Capulanas de Arte Negras. Tem seis discos gravados, três dvs, dois livros autorais e colaborador de revistas e grupos de pesquisa acadêmica e artísticos sobre culturas musicais africanas e afro-brasileiras, dramaturgia e teatro negros. 

Rabi
Nasceu Everton Alves da Silva, mas tornou-se Rabi. Arte-educador autodidata em percussão, com vasta experiência em diversos instrumentos como atabaque, conga, pandeiro, entre outros. Fundador do bloco Afro É di Santo e do Umoja, promove há 30 anos ações culturais na comunidade do Jardim São Luis, difundindo manifestações afro-brasileiras e contribuindo para debates sobre políticas culturais em São Paulo. Sua influência se estende até sua terra natal, na Bahia, onde liderou a fundação do bloco de samba reggae “Capoeira EuNegro”. Reconhecido por mestres e comunidades, sua trajetória é marcada pela difusão cultural e educação, especialmente nas Fábricas de Cultura do extremo sul de São Paulo, onde forma jovens pela música, combatendo desigualdades e violência por meio da cultura popular.

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